![]() CHAPEUZINHO VERMELHO
(Literatura Infantil recontada: em Cordel) Conto de domínio público (originário do
conto de Charles Perrault),recontado. Texto: Rosa Regis ilustração: Danda Há muito e muito tempo Havia uma menininha Meiga, carinhosa e doce, Que morava com a mãezinha Numa casinha distante Da casa da vovozinha. Sempre que a sua mamãe, O que amiúde ocorria, Fazia doces gostosos, A menininha pedia: - Me dá a colher, mamãe! Gulosamente, lambia. E pedindo a sua mãe: - Mamãe, deixe-me levar Uns bolinhos pra vovó Antes mesmo de esfriar. Eles estão tão gostosos! Sei que ela iria adorar. A mamãe, pensando um pouco, Disse:- Filha, não dá certo! Sua vovó mora longe... Eu soube que aqui por perto Andava um lobo faminto, Perigoso... Muito esperto! Poderá mesmo atacá-la Pois a estrada é deserta E a casa da sua avó É logo após a floresta Onde o mesmo poderá Bem esconder-se, na certa. Mas a menina lhe disse: - Mamãezinha, eu sou esperta! Já estou com sete anos! Já sou grande. E fico alerta! Qualquer que seja o ruído, Corro e grito! Esteja certa. A mãe cedeu e, então, Na cabeça lhe botou Uma capinha vermelha Que a sua avó tricotou Cujo nome: “Chapeuzinho Vermelho” a vovó bordou. Chapeuzinho sai pulando E cantando alegremente. Lá se vai pela floresta Sem nada lhe vir à mente A não ser o fato de Estar feliz e contente. De repente ouve uma voz Que lhe chama bem baixinho... É o lobo, fingindo ser Um animal manso e bonzinho... Que apenas quer conhecer A menina “Chapeuzinho”. Pergunta aonde ela vai E ela, inocentemente, Diz: - Vou visitar vovó Que mora ali mais na frente, Numa casinha amarela. Sem malícia, alegremente. E o lobão, satisfeito Com a informação que colheu, Da inocente menininha Se despediu e correu Para a casa da avozinha A quem, de pronto, comeu. Foi chegando e foi batendo Na portinha da vovó Dizendo: - Eu sou Chapeuzinho! Venha aqui vovó, vê só Os bolinhos que eu lhe trouxe E o meu cãozinho Totó! Então, a vovó abrindo A porta, já se espantou! Quis correr, porém o lobo Tão logo a viu a agarrou E a engoliu, inteirinha. Nem sequer a mastigou. E aí, falso que era, Pôs a roupa da vovó, Seus óculos e sua touca, Na cama, escutem-me só, Deitou-se e depois cobriu-se Dos pés até o gogó. É quando chega a menina, Cantando, toda faceira, Trazendo um feixe de flores Feito à sua maneira, Para a vovó, sem saber Que fizera grande asneira. Pois que, inocentemente, Fornecera ao inimigo, O endereço da avozinha Sem perceber o perigo Que uma e outra corriam. Parecia até castigo. Castigo por não seguir Os conselhos que a mãe deu Quando ela, Chapeuzinho, Daquele estranho acolheu Informações mentirosas Que o mesmo lhe forneceu. Mas, sem de nada saber, Bate na porta contente Chamando pela vovó Empunhando, alegremente, As belas flores colhidas E o bolo ainda quente. O lobo que já tomara, Na cama, da avó, o lugar, Diz assim: Entre netinha! Não posso me levantar. Estou fraca, doentinha, Quase não posso falar. E Chapeuzinho, inocente Que era, entrou sem temor. Mas ao vê-la estranha um pouco: - Vovó... Oh!... Mas que horror! A Senhora está mudada Em tudo! Até na cor. Seu corpo está diferente. Sua cabeça também. Pés e mãos, unhas e dedos. Parece mais sabe quem? Um lobisomem, vozinha! Mesmo assim te quero bem. - Pra que esses olhos tão grandes? Perguntou-lhe Chapeuzinho. - São para te ver melhor! Disse o lobo, sem carinho. - E esse narigão Enorme?! Nariz não! Isso é focinho! - É Para sentir o cheiro Da comida deliciosa Que está na minha frente. Diz o lobo todo prosa. E Chapeuzinho se afasta Já um pouco receosa. - E essas mãozonas grandes E peludas, pra que são? Inquiriu-lhe a menininha A pulsar-lhe o coração. O lobo respondeu cínico: - Elas te segurarão. - E essa enorme bocarra Com dentes de arrepiar? Disse-lhe o lobo: - É com ela Que eu vou te abocanhar, Te mastigar, te engolir, Pra minha fome matar. Dizendo isto, o lobão Saltou da cama e atacou A menina, que correu O mais que pode e parou Tão somente quando um homem Seu caminho atravessou Era um caçador que vinha, Há dias, a procurar, Em caçada, aquele lobo E, ao vê-lo se aproximar, Livra a menina e atira Para o bicho derrubar. E o lobão, que pensava Que naquela fantasia De “Vovó da Chapeuzinho” A todos enganaria, Ao caçador não engana. E este acerta a pontaria. Mas, pra sorte do malvado, O caçador atirou Apenas pra derrubá-lo. E o seu intento alcançou. O lobo caiu gemendo E, blasfemando, ele uivou. E do enorme barrigão Do lobão, o caçador Ouve uma voz suplicante: Socorram-me, por favor! É a voz da vovozinha Que está cheia de pavor. Aí chega Chapeuzinho, Que já parou de correr Com medo do lobo, mas Com o corpo ainda a tremer, Implorando ao caçador Pra sua avó socorrer. O caçador que, coitado! Não quer ao lobo matar, Procurou no povoado Quem o pudesse ajudar, Surgiu um veterinário Disposto a cooperar. E munido de um bisturi Faz uma boa incisão, D’onde tira a vovozinha, Na barriga do Lobão, Fechando-o logo em seguida Como um bom cirurgião. Assim, salva a vovozinha Sem, também, sacrificar O “Lobo Mau”, que era apenas Um animal a caçar E voltará à floresta Quando a barriga sarar. Afinal, passado o susto, Chapeuzinho então lembrou Para que viera ali E para a vovó mostrou A cestinha com os bolinhos Que, a esta altura, esfriou. A vovó, agradecida, Ao caçador convidou Para, juntos, os três comerem Bolinhos. E ele topou. E com suco de laranja, Comem. E a estória acabou. --- Acabou com tudo bem! Que é como deve acabar Uma estória pras crianças Que estão a se formar. Outras estórias virão, Refeitas ou criação, Com o intuito de educar. ... Recriei para as crianças, Ou melhor, cordelizei, Só transformando um pouquinho A bela estória. E busquei Regar com um pouco de humor Este cordel que formei Gerado do original. Imagino que “legal” Saiu. Só sei que eu gostei. FIM Rosaregis3erres@yahoo.com.br rosadocordel@hotmail.com.br rosaregisdocordel@gmail.com www.rosregispoetisa.net Fones: 3218-2754; 8887-5177 Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 10/05/2006
Alterado em 27/03/2018
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