SEM CERCA E SEM PORTEIRA
(Em resposta ao soneto PORTEIRA VELHA, de
Fernando Cunha Lima)
Sem cerca e sem porteira - onde eu vivi
A minha meninice e juventude,
Corri, brinquei, gozei o quanto pude.
As coisas tristes eu as esqueci.
Banho de bica, coquinhos... os comi
Às margens do riacho, ou do açude
Que, quando cheio em sua plenitude,
De atravessá-lo, prazer sempre senti.
Só bem depois as porteiras chegaram
E, com arame farpado, nos cercaram
Tirando toda a nossa liberdade.
Aquilo que era público, hoje é privado.
O açude não é mais liberado.
Os meus olhos raseiam de saudade.
Rosa Regis (SPVA E AEPP/RN)
Natal/RN - 16 de janeiro de 2009.