Um leão, um passarinho,
Um patinho que se foi!
Ao lado, um Zeus carrancudo
Que zanga logo depois.
São figuras que se vão
Devagar, se desmanchando,
E que vejo, olhando pro alto
Enquanto estou caminhando.
Temendo até tropeçar,
Paro um pouco para ver
As nuvens brancas formando
Coisas que mal dá pra crer.
A cadela come capim
Na beirada do caminho.
Não sai de perto de mim.
Por ela tenho carinho.
Continuo olhando as nuvens
Que se juntam e se separam
Formando cara de bruxas
Que, com raiva, me encaram.
Formando rostos fofinhos
Que me olham sorridentes
Ou formando caras feias
De demônios com tridentes.
Eita! Vi um coelhinho...
Já pulou. Foi um instante.
Agora estou vendo um bicho
Bem grande – um elefante.
Já está se desmanchando
Aos poucos, devagarinho...
Vai, então, se transformando
Num bando de carneirinhos.
Vão correndo, pinotando...
Ei!... Começam a voar!
Pois em fofos passarinhos
Passam a se transformar.
E eu... passaria o dia
Inteiro a observar
Essa conduta das nuvens!
Mas, tenho que trabalhar.
E me despeço das nuvens
Com a sua multidão
De personagens fofinhas
Que me causaram emoção.
Amanhã eu voltarei,
Ou depois, para encontrar
Essas fofas personagens
Que irão me acompanhar.
...
Eu e a cadela Pandora
Em um novo caminhar.
Rosa Regis
Natal/RN
Janeiro ou fevereiro?... 2009