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A CAMINHADA (continuação - dias:
por: Rosa Regis
DIA CINCO Dia Três não escrevi. Foi o tempo curto, talvez. Quarenta e cinco minutos. Só o Terço teve vez. Dia Quatro não saí para fazer caminhada Pois fui dormir muito tarde, às Duas da madrugada. Acordando além das Oito já, para tudo, atrasada. E hoje, também atrasada, já além das Sete horas, Caminho um pouco menos. E sinto leve melhora. Porém a inspiração não está lá muito bem, Busco e rebusco no coco algum resquício, porém... Isso é uma droga! Não há nada que se diga amém. Espero que amanhã o pensar volte a fluir Porque, se assim não for, acho que vou desistir deste trabalho que eu pensei poder concluir. Natal/RN Conj. dos Bancários, B. Pitimbu 05/11/2005. DOMINGO(DIA SEIS) Hoje andei mais um pouco. Estiquei a caminhada para ver se a coxa doía. Porém não me doeu nada. Só uma dorzinha de leve na emenda do calcanhar, ou melhor, no tornozelo, com a caminhada a findar. Isso, na perna direita. Na esquerda, só um pouquinho no joelho, que só reclama já no final do caminho. Mas durante a caminhada o coração se compraz com o canto da passarada que, nas copas das árvores, faz. Natal/RN Conj. dos Bancários, B.Pitimbu 06/11/2005. DIA SETE Nada, nada, nada, nada! Não consegui produzir No meu caminhar de hoje. Nem no ir e nem no vir. Saí tarde: Sete a meia! Com o sol bastante quente. Os pés reagiram bem não ficaram nem dormentes. As pernas, só a direita ardeu-me a coxa um pouquinho E ameaçou doer no quadril – só de fininho. Mas eu caminhei mais rápido e até ameacei um curto xoto, porém em seguida, amainei. Espero que amanhã eu amanheça inspirada para produzir algo bom na extensão da caminhada. Pois essas bobagens, fiz já em casa, à lavanderia, Com a mão a adormecer-me e sem qualquer euforia. Natal/RN Conj. dos Bancários, B. Pitimbu 07/11/2005. DIA OITO -Terça-feira Hoje eu saí confiante para a minha caminhada, Acreditando que as pernas já não iam doer nada. Mas qual não foi a surpresa! Bom, surpresa... surpresa! não. Digamos que tenha sido uma grande decepção. Pois logo aos primeiros metros sinto a primeira fisgada no quadril – do lado direto. Mas digo: - Não há de ser nada! Alivio o calcanhar. Piso com o peito do pé. E vou seguindo... vou seguindo... -Seja o que Deus quiser! A dor alivia um pouco. E, num passo um tanto apressado, vou caminhando e rezando sem nem olhar para o lado. O sol está muito quente. Saí tarde: Sete e tanto! Mas isso não me amolece, não me põe qualquer quebranto. E uns poucos metros a mais caminho hoje, pensando: Todos os dias irei sempre um pouco mais andando. E sempre pelo asfalto sigo, sempre a evitar os carros que vão e vêm, E isso faz-me estressar. É que na nossa Cidade não se pensa no caminhante que teria que ter um espaço onde andasse confiante. .... E já voltando, acelero. E, às vezes, para escrever, quase paro, pois a mente me obriga o mesmo fazer. ...... E a dor da coxa aumenta. Mas eu já estou chegando. E na ponta da calçada da minha casa, sentada, fico um pouco, descansando. Natal/RN Conj. dos Bancários, B. Pitimbu 08/11/2005. MAIS UM POUCO (DIA NOVE) Mais um pouco... mais um pouco... Hoje fui mais adiante, Num ritmo concatenado. Numa passada constante. Nem via quem ia ao lado pois não prestava atenção: Olhando em linha reta, só para frente e p’ro chão. Até a Estação de trens pelas ruas asfaltadas, Estas facilitam o passo para boas caminhadas. Retorno no mesmo passo. Ás vezes acelero mais, numa fingida carreira, mas a coxa dá p’ra trás. Pois no quadril, a dorzinha, que eu pensei que sumira, dá o sinal da sua graça. Mas isso não me admira. E uma leve dormência na coxa direita surge! Aí, baixo a bola, e penso que a calma agora urge. Vou, agora, devagar, com calma, sem afobamento. Não devo forçar a barra... Digo-me! em nenhum momento. E assim eu chego em casa já um pouco descansada e mais cedo do que previa ao sair na caminhada. Venho um pouco apreensiva, pois que deixei minha neta sozinha em casa a dormir. Se a mãe dela descobrir vai se enraivecer, na certa! Natal/RN Conj. Bancários, B. Pitimbu 09/11/2005. DIA DEZ (Quinta-feira) Um pouco mais atrasada do que ontem. Mas que jeito! É o cansaço diário que faz dormir mais, com efeito. Porém caminhei tranqüila, sem dores a incomodar mesmo tendo dado um jeito muito cedo na lombar. É que antes de sair lembrei de movimentar braços e pernas e, aí, senti algo a me incomodar Foi uma fisgada forte no fim da espinha dorsal. E aí pensei: Foi um jeito! Será que vou me dar mal? Mas , endireitei o corpo, e me aprontei p’ra sair. Será o que Deus quiser! Persignei-me ao partir. No nervosismo do atraso, e também temendo a dor, Deixei o boné p’ra traz o qual sempre me acompanhou. O sol a pino, fazia a minha pele arder mas, firmemente, eu seguia sentido um leve prazer: Um prazer de liberdade, de união com a Natureza, de saber que ainda vivo, e de ter, de Deus, a certeza. ... E a caminhada foi ótima! Eu não senti qualquer dor nas pernas ou no quadril. Nada, pois, me incomodou. E a fisgada na coluna que senti ao me arrumar para a saída, não deu para o passo prejudicar. ... Amanhã irei de novo! Se Deus assim permitir. E espero que a velha ossada não atrapalhe “A Caminhada” e me deixe prosseguir. Natal/RN Conj. dos Bancários, B. Pitimbu 10/11/2005.
Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 19/07/2006
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