Sem noção de amor fraterno// O homem agride o irmão,// Num ato que mostra o inferno// Que traz no seu coração.
Rosa Regis Brincando com os Versos
Pensares que se transformam //espalhando poesia, //pegam carona no vento// enchem meu ser de alegria
Textos
LAMPIÃO AINDA É VIVO NO CORAÇÃO DO NORDESTE (poesia vencedora do XIV FESERP de Acauã-PB)

13/01/2009 - 22:48
Acauã Produções Culturais divulga vencedores do XVI FESERP
Edição deste ano chegou a Portugal
Laercio Filho
J. França
Prêmio Augusto dos Anjos confeccionado por Berg Almeida
A premiação do XVI FESERP promete ser mais uma grande festa pra cultura sertaneja. Esta edição já foi coroada de sucesso, chegando a 82 inscrições das mais variadas cidades de 13 Estados da federação e duas inscrições de Portugal, sendo uma da capital Lisboa e outra da cidade de Parede.
Para a premiação, a ONG APC está organizando uma grande festa que começa no dia 08/01, com o Cine Clube Charles Chaplin abrindo a temporada 2009, fazendo uma exibição especial do filme “O Cangaceiro” e reforçando a discussão sobre os 70 anos de morte de Lampião e Maria Bonita, comemorado no ano passado. No dia 09/01 à noite, será dedicada à cultura local com a apresentação do resultado da Oficina de Violão Popular, promovida pelo Ponto de Cultura Antônio Nóbrega. No dia 10/01, será a vez de conhecermos os vencedores do festival seguido da premiação e as apresentações do grupo de Xaxado Pisada do Sertão, de Poço de José de Moura, um show de poesia declamada por Iponax Vila Nova, o repente e as canções de Chico Xavier, Gilmar Oliveira e Zé Marconi, e pra fechar a noite um show de MPB com Magno Oliveira.
FESTIVAL SERTANEJO DE POESIAS
12/01/2009
 
Poesia 1ª Colocada no XIV FESERP
LAMPIÃO AINDA É VIVO
NO CORAÇÃO DO NORDESTE


Rosa Ramos Regis da Silva
Natal - RN


Sendo filho de José
E Maria, qual Jesus,
Uma diferente cruz,
Que não era a cruz da fé,
Leva o menino, que é
Fruto do nosso Nordeste.
E, assim sendo, de "peste"
Por muitos foi nomeado,
Sendo, portanto, odiado
E tido por cafajeste.

As brincadeiras da infância
Tinham a ver com o que via.
E à medida que crescia
Uma ou outra circunstância
Dentre muitas, traz a ânsia
De lutar com veemência
Por sua sobrevivência.
Assim, talvez revoltado,
Tenha, então, se transformado
Em um ser de violência.

Injustamente tratado
Pelos donos do poder,
Virgulino vê crescer,
Em si, raiva. E, revoltado,
Deixa o trabalho de lado.
E surge, então, no Sertão
O famoso Lampião
Mui respeitado e temido!
Odiado, mas querido
Por combater a opressão.

Mesmo não tendo a intenção,
Lampião subverteu
A ordem imposta. E se deu
Que quase todo o Sertão
Nordestino o "Capitão
Do Cangaço" dominou.
E novas vias traçou,
Movido pela descrença,
Com a sua forte presença
Por onde o mesmo passou.

E os caminhos traçados
Em busca da igualdade,
Pagando o mal com maldade,
Vez por outra eram cruzados
Por soldados que, pecados,
Tanto quanto os cangaceiros,
Tinham em seus bagageiros.
E quando havia confronto,
Era lutar sem desconto,
Nas serras, nos tabuleiros.

Condenou-se Lampião
Mas, hoje, após tantos anos,
Continuam os desenganos
Que faziam o coração
Do cangaceiro de então
Pulsar forte e loucamente.
E o nordestino sente
Que quase nada mudou.
O cangaço, sim, passou,
Mas o descaso é presente.

Se quase nada mudou,
Chegamos à conclusão
Que a terra que a Lampião,
Um certo dia, gerou,
Está lá, continuou,
No Sertão ou no Agreste,
Trajando a mesma veste
De torrão bravo e ativo.
LAMPIÃO AINDA É VIVO
NO CORAÇÃO DO NORDESTE
.



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Um chêro no coco a todos
que aqui vierem me ler.
Um beijinho carinhoso,
e até, até mais ver!

Site: www.poesiapura.com
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A SAGA DE LAMPIÃO  

Fernando Cunha Lima
Moderador dos Fóruns F. Pessoa e Patativa do Assaré

Um ideal verdadeiro,
Gerou na sua cabeça,
Pra que nunca se esqueça,
Queria ser o primeiro.
A lutar pelo sertão
Com uma arma na mão,
O Robim Wood ativo
De todo nosso agreste,
Lampião ainda está vivo
No coração do Nordeste.

Na caatinga e capoeira,
Fazia acampamento,
Fugia a todo momento,
Sebo nas pernas, carreira.
De luta e de batalha,
A sua fama se espalha,
Ele mostra no seu crivo,
Que é um cabra da peste,
Lampião ainda está vivo,
No coração do Nordeste.


Também se apaixonou
Pela Maria bonita,
Uma Paixão esquisita
Que muito tempo durou.
O povo pobre aplaudia,
Aonde passava via,
Esse seu lado afetivo
Do sul até lá no leste.
Lampião ainda está vivo,
No coração do Nordeste.

Existem muitas estórias,
Sobre esse cangaceiro,
No seu rastro seu aceiro,
Presa nas nossas memórias.
Muito senhor de engenho,
Gostava do seu empenho,
Do seu jeito agressivo,
Era louvado ao sudeste.
Lampião ainda está vivo
No coração do Nordeste.

Criaram a tropa montada
Pra enfrentar Lampião,
Mas o nosso capitão,
Confiava na moçada.
Armados até os dentes,
Com coragem de serpentes,
Sob seu comando altivo.
Vieram fazer um teste.
Lampião ainda está vivo
No coração do Nordeste.

Caíram numa emboscada
Um ataque de surpresa
O seu bando virou presa,
Não puderam fazer nada.
E embora não mereça,
Cortaram suas cabeças,
De modo apelativo,
Num aresto ou num areste.
“Lampião ainda está vivo
No coração do Nordeste”*


*Mote da Grande Cordelista
• Rosa Regis.

• Com beijos e desculpas,
• Fernando clima 16-01-09.
• Jampa.

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Odir Milanez da Cunha
Publicado:
Viernes 16 Enero
, 2009 18:31
Nº de Poemas y Mensajes: 1506

LAMPIÃO AINDA É VIVO
NO CORAÇÃO DO NORDESTE

Ao mote magnífico de Rosa Régis

Nascido em Serra Talhada,
no estado de Pernambuco,
já sonhando com o trabuco,
muito bom na galopada,
oito irmãos, sem namorada,
um artesão inconteste,
pelo sertão e agreste
levou da arte o cultivo.

Lampião ainda é vivo
no coração do Nordeste.


Também correu a caatinga
com sua tropa de burros.
Nas tocadas, nos empurros,
mercava com tal mandinga
que, de repente, essa ginga
foi chamando quem não preste
pra fazer com ele um teste,
ficando mais agressivo.

Lampião ainda é vivo
no coração do Nordeste.


Pelo roubo de caprino
contra ele perpetrado
por um mestiço, empregado
do tal José Saturnino,
selado estava o destino
do homem cabra da peste.
Contra a família ele investe,
os bodes sendo o motivo.

Lampião ainda é vivo
no coração do Nordeste.


E depois de quatro anos,
Virgulino e dois irmãos
entrelaçaram as mãos
e alteraram seus planos.
Sanguinários, desumanos,
em cenas de faroeste,
roubavam dinheiro, veste,

Lampião ainda é vivo
no coração do Nordeste.


Lampião arrancou olhos,
partiu orelhas e língua
deixou cidades à míngua,
cortou cabelos aos molhos.
Sem temer quaisquer escolhos,
somente o jugo celeste,
Lampião, de leste a oeste,
do crime ficou cativo

Lampião ainda é vivo
no coração do Nordeste.


Em vinte e oito de julho
de trinta e oito, em Sergipe.
Lampião e sua equipe,
em meio a muito barulho
foram vítimas do esbulho
morrendo em meio ao cipreste.
As tropas do sudoeste
aplicaram o corretivo.

Lampião ainda é vivo
no coração do Nordeste.



ODIR, DE PASSAGEM

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Odir Milanez da Cunha
Publicado:
Sábado 17 Enero
, 2009 4:09
Nº de Poemas y Mensajes: 1509

DE LAMPIÃO, AFINAL,
HÁ MUITA ESTÓRIA A CONTAR!
Ao cordel de Rosa Regis

A vida de Lampião,
de Virgulino Ferreira,
contada de forma inteira
é de durar um tempão!
Tem amor, tem traição,
vez de partir e ficar,
de morrer e de matar,
de ser bom e de ser mal.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Estrategista valente
Lampião era notícia
nas derrotas da policia,
quando estavam frente a frente.
Liderava a sua gente,
ensinando a atirar.
Andavam de par em par
do sertão ao litoral.

De Lampião, afinal.
há muita estória a contar!


Chamados de Irmãos Ferreira,
por crimes já conhecidos,
passaram a ser perseguidos,
por milícia mosqueteira.
E numa fuga ligeira
quis a família escapar
da polícia. Foi fatal!

De Lampião, afinal.
há muita estória a contar!


Morre a mãe de Virgulino,
um tiro mata o seu pai!
Ao notar quando ele cai,
escrito está seu destino!
Jura punir o assassino,
a vingança a proclamar,
e começa a descambar
para uma vida animal.

De Lampião, afinal.
há muita estória a contar.


Dizem que seu apelido
veio do rifle em ação,
parecendo um lampião
o cano muito aquecido,
quando o dia anoitecido
escondia o disparar
dos tiros a pipocar
no meio do matagal.

De Lampião, afinal.
há muita estória a contar.


Comparado a Robin Hood,
roubava do fazendeiro,
comida, jóias, dinheiro,
sempre de forma mais rude,
e mudava de atitude
quando o dinheiro ia dar,
querendo um pobre ajudar
de forma assistencial.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Sendo vistos como pestes,
apesar de seu passado,
seu bando foi convocado
na luta à Coluna Prestes.
Vencidos antigos testes,
lá foi Lampião lutar
junto à força militar,
com fuzil, bala e bornal.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!

 
No ano de vinte e nove,
conheceu Maria Déa.
concebeu-a “anima mea”
e por ela se comove.
Amor que ninguém aprove
a vida pode mudar.
Com ele ela foi morar
por desejo pessoal.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Maria Déa, primeiro
deu adeus a Zé Neném
o seu marido, seu bem,
prestimoso sapateiro.
Nove tiros, e um certeiro
fez Virgulino cegar.
Olho direito a sangrar
por um tiro não letal.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Cinqüenta contos de réis
para acabar com a folia!
O Governo da Bahia
e diversos coronéis,
davam dinheiro e anéis,
a quem fosse destroçar
ou então capturar
todo o bando bestial.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Em julho de trinta e oito.
Fazenda Angico. Sergipe.
Cinqüenta praças. A equipe,
um grupo bastante afoito,
da mata no valhacoito,
começou a metralhar
Lampião e a mutilar
os mortos, de forma igual.

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Lampião, Maria Bonita
e mais nove cangaceiros,
seus instantes derradeiros,
o final de uma desdita.
Degola viva, sem grita,
a dor da morte a calar
o sangue rubro a jorrar
numa seqüência infernal!

De Lampião, afinal,
há muita estória a contar!


Odir, de passagem
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Título:A FERNANDO CUNHA LIMA E A ODIR MILANEZ
Publicado:
Sábado 17 Enero
, 2009 0:59
Nº de Poemas y Mensajes: 312

Agradecendo a: FERNANDO CUNHA LIMA e a ODIR MILANEZ CUNHA
 
 
A FERNANDO CUNHA LIMA E A ODIR MILANEZ


Meus dois amigos do peito
Deixaram meu coração
Disparado de emoção
Eu fiquei até sem jeito
Com a altura do conceito
E o elogio que fez
Cada um, a mim, por vez.
Eu agradeço a estima
A FERNANDO CUNHA LIMA
E A ODIR MILANEZ.



Rosa Regis

Chêro no coco dos dois.

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Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 03/01/2010
Alterado em 19/04/2021
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