O AMOR À PÁTRIA
(O Amor que Mata)
Dedicado ao meu Professor Primário:
Severino Purifica Maciel
Em Quarenta e Cinco, bem jovem,
Pela Pátria é convocado
Para enfrentar o inimigo,
Não seu mas do aliado.
Parte, deixando a família,
Com o coração na mão,
Mas, para sua alegria,
Não havia mais guerra, não.
O Cessar Fogo ocorrera
Logo após o desembarque
Da Armada Brasileira
Que vem pronta pro ataque.
Estão livres!... E felizes!
Por não terem que matar
A outros homens, que dizem:
“teriam que exterminar”.
E ele, que fora aceito
Na jovem armada daqui
Do Nordeste, satisfeito
Volta por ninguém ferir.
E torna-se professor,
Dos bons! Pois tem vocação.
Ensinando com amor,
Vontade e dedicação.
Com a Quarta Série Primária,
Hoje, do Fundamental,
Leciona a Quinta Série.
Prepara pro Ginasial.
Faz Cursos – se aperfeiçoa,
Num esforço fenomenal!
Mostrando, assim, que tem bom
Preparo profissional.
E assim vive feliz
Com a família e a profissão
Que exerce – como ele diz:
“com prazer no coração!”
Até que um dia recebe
Uma carta especial.
E aí já residia
Na Capital – em Natal.
A carta diz que ele vai,
Finalmente, receber
O que a Nação lhe deve
E que ele fez por merecer.
Isso o deixa bem feliz,
Como à família, também.
Porém o que mais lhe diz
É a satisfação que tem
De poder participar
Do Desfile Militar
Que sempre ocorre. E será
Mês de Setembro que vem.
E foi em Sete de Setembro
De Setenta e Um ou Setenta,
Que ele se paramenta
Feliz por ir desfilar.
E a emoção é tamanha!
E tão grande a satisfação!
Que o sufoca. E o coração
Não consegue segurar.
...
E o querido Professor
Que me faz lembrar Montanhas
Com saudade, com amor,
Tomado pela emoção
Cai, de pronto, ali no chão.
-
É a Guerra de Quarenta e Cinco
Que, finalmente, o pegou.
Atingiu-lhe o coração
Não pela dor de uma bala
Porém pelo grande amor
Pela Pátria – Solo querido,
Que, para si, o tomou.
Rosa R. Regis
Natal/RN - 2002