MYTHOS
(A Mitologia Greco-romana recontada)
(Trabalho Universitário do Curso de Filosofia - UFRN)
INTRODUÇÃO
Antes de tudo era o caos.
É assim que se inicia
Este pretenso trabalho
Que eu, na minha ousadia,
Penso fazê-lo. Diverso
Do que se faz dia a dia.
É um trabalho que trata
De deuses da Mitologia
Onde o Mito representa
A verdade e a fantasia
Que, a nós mortais, transmite
Uma espécie de euforia.
Faz um pequeno resumo
De como os deuses viviam:
Da sua imortalidade,
De como eles se sentiam
Em relação aos mortais
E de como estes reagiam.
De início, fala do Caos
Que Érebo e Noite gerou.
E daí, numa seqüência,
De tudo que se criou
Segundo a Mitologia.
E dos seres que nomeou.
Fala de deuses famosos
E semi-deuses também;
De mortais que imotalizam
Pela ligação que têm,
Direta, com algum deus
Do qual adquirem o bem.
Fala das lutas constantes
Nas quais está sempre alguém:
Um herói que nada teme
E que ao seu lado tem,
Por vezes, um deus que o ajude
Quando a necessitar vem.
Fala de deuses traídos
E das suas traições;
Do que eles são capazes
Das deusas – suas reações
Que, quanto mais poderosas
Mais duros seus corações.
...
Começando pelo Amor:
Eros – o amor-paixão,
Passando por Júpiter ou Zeus
Chega a Juno ou Hera, então.
Seguindo, Ceres/Deméter,
Mãe do cavalo Arião.
Na sequência vem Plutão,
Hades – deus do submundo;
Netuno ou Poseidon,
Do Oceano profundo;
E Vênus ou Afrodite:
A beleza representando.
De Minerva ou Atená
Que de Júpiter nasceu,
Vulcano ou Hefestos, que Hera
Ou Juno, só, concebeu
De Mercúrio ou Hermes, filho
Bastardo de Maia e Zeus.
De Apolo, deus da Luz,
Filho de Zeus e Latona
E Diana, sua irmã
Que, Artemis, também se chama
De Baco, o deus do vinho
Que, do Inferno, a mãe retoma.
Em seguida fala de Marte
Ou Ares – o deus da guerra
Seguindo, bem te pertinho,
Com Hércules/Heracles, que encerra
Um trabalho resumido
Que, mesmo sendo comprido
Em páginas, pode ser tido
Por pequeno. E não se erra.
ANTES DE TUDO ERA O CAOS
Antes de tudo era o Caos:
Massa uniforme e rude
Sem calor, sem claridade
Sem idéia de altitude:
Mistura-se Mar e Terra
Na agitação d'uma guerra
Dos princípios que encerra
Os opostos a quem alude.
É uma luta constante:
Do frio contra o calor;
Da umidade contra a seca,...
Até que um ordenador,
Um deus que emergiu do Caos,
Definiu e harmonizou
Tudo, inteligentemente,
Com soberania e Amor.
Porém ficou, para sempre,
Como um fogo de monturo,
A centelha do conflito
Que atinge aos inseguros
Seres gerados do caos
Que produzem bons e maus:
Deuses do reino infernal
Que intervém no futuro.
O MYTHOS E AS DIVINDADES PRIMORDIAIS
A ORIGEM DE TODAS AS COISAS1
No princípio, era o Caos
Que Érebo e a Noite gerou.
Da Noite, Éter e a Luz do Dia.
Depois, Terra e o Deus do Amor:
Eros, que domina a todos
Desde o escravo ao senhor.
A Terra, matreiramente,
Um ser para si criou:
O Céu que, cheio de estrela,
A cobriu e iluminou
E, aos deuses, como base
Segura, ela o ofertou.
Para morada das deusas
No mundo, também criou
Altas e belas Montanhas,
Belas moradas tornou
Montes e vales, aos quais
Com as Ninfas povoou.
O mar infecundo, Pontus,
Com a fúria dos vagalhães,
Sem ajuda terna do Amor,
Fez. Depois, com as sensações
Dos braços do Céu, gerou
Oceanos e turbilhões.
Os Turbilhões Profundos dos Oceanos
chamavam-se: Ceo, Crios, Hepérion, Iápeto,
Téia, Réia, Tênis, Mnemósine,
Fébe (coroada de ouro) e a amável Tétis
Depois deles, veio Cronos,
O caçula. Muito mau!
O mais temível de todos
E que odeia o próprio pai.
Em seguida vêm os Cíclopes
Que a violência em si traz(em).
São eles: Brontes, Estérope,
Argés, de alma brutal,
Que se assemelha aos deuses
Quase que no seu total
Não fora o seu único olho
Que faz diferencial.
Este é portador da força,
Destreza, e grande vigor
Que compõe todos seus atos
E o faz sempre um vencedor,
Só perdendo para Ulisses
Quando o seu olho furou.
Outros três filhos geraram
O Céu e a Terra unidos
Coto, Briareu e Gias,
De orgulho possuídos,
Que portam em si grande força
Mas, não muito conhecidos.
A Noite gerou a Morte
E a negra Quere, gerou.
Gerando também a Tánatos.
Ao sono, a Noite engendrou,
Engendrando também, sozinha
Os sonhos que a povoou.
A seguir, gerou Sarcasmo
E Aflição, a dolorosa;
As Hespérides, as guardiãs
De personagens famosas:
Como o ilustre Oceano,
Os belos Pomos de ouro
Co' as árvores d’onde estes brotam,
Viçosas. Maravilhosas!
E R O S / A M O R
POBREZA(PÊNIA) E RECURSO(POROS)
GERAM O AMOR(EROS)
O Olimpo está em festa
Com os deuses a farrear,
É a chegada de Afrodite
Que estão a comemorar.
É a deusa do Amor que nasce!
Alegres, eles têm que estar!
Mas, eis que, no fim da festa,
Surge na porta alguém
Faminta! a mendigar
Algo p’ra comer. E é quem?!
A Pobreza, Pênia! No entanto
Algo mais forte a detém.
E antes mesmo que possa
Esboçar qualquer ação
Para dirigir-se à mesa,
O filho da Prudência, então,
Poros, o Recurso, bêbado,
Atrai a sua atenção.
Pois Poros, embriagado,
Se afasta dos imortais,
Deita-se no jardim de Zeus
E em pesado sono cai.
E Pobreza, pensando rápido,
Um filho lhe subtrai.
É Eros, o Amor, gerado
Do Recurso com a Pobreza
No dia do nascimento
De Afrodite, a deusa
Do amor, e fica sendo
Sempre servo da Beleza.
A herança de Eros
Herda, da mãe, a carência
E o destino de andarilho;
Do pai, coragem e energia,
E, decidido, segue o trilho
Da Beleza e da Bondade,
Ávido que é por seu brilho.
Não é mortal nem imortal.
É uma herança que ele traz.
Ora germina e vive;
Ora morre. E o que é demais:
Em seguida, ele revive!
Com o que herdou de um dos pais.
Marcado pela carência
Que, de Pênia, sua mãe, herdou,
Eros não é sábio, porém
Pelo saber tem amor.
E isso o faz esforçar-se
Para ser um conhecedor.
-
E o deus do Amor filosofa!
Transcendendo ao que herdou.
- o -
J Ú P I T E R / Z E U S
(Seus dons: Proteção, Disciplina, Justiça)
JÚPITER, O FILHO DE CRONOS E RÉIA
Olhos pregados no escuro
Cronos não pode dormir,
Por estar preocupado
Com o que irá advir.
Se mãe Gaia profetizou!
Não poderia impedir.
Um dos seus filhos seria
O seu real sucessor.
O seu trono usurparia.
Irado, Cronos ficou.
Depois de planos e tramas
A solução encontrou.
Bem confuso e temeroso,
De repente, estremeceu!
Lá dentro da sua mente
Uma luzinha acendeu.
Sem nada dizer a Réia,
Tomou-lhe o filho e o comeu.
Era o seu primeiro filho
Com Réia. E outros viriam!
Porém, da pobre mamãe,
Nenhum carinho teriam!
Todos, ao covarde Cronos
De alimento serviriam.
A decisão de Réia
Cansada a esposa estava.
E muito infeliz vivia.
Querendo salvar o filho
Que no seu ventre trazia!
Procurou a sábia Gaia
Que um plano lhe traçaria.
E no momento do parto,
Com o seu jeito de mulher,
Réia ilude a vigilância
De Cronos, vai se esconder
Nos densos bosques de Creta,
Onde Zeus vem a nascer.
Enquanto Gaia, a Mãe Terra,
Numa caverna acolhia,
Em seus braços, o menino,
Réia, pra casa, corria,
Temendo a fúria do esposo
Mas vibrando de alegria!
Cronos poderia vir
A tomar conhecimento
Da trama que preparara!
Porém naquele momento
O amor ao filho é maior
Que tudo!... e lhe dá alento
Além de lhe dar coragem
Para prosseguir. Então
Réia, sem titubear,
Pega uma pedra no chão,
Enrola-a e entrega-a a Cronos
Que a engole de supetão.
Cumpre-se a promessa de Gaia
A mãe de Zeus suspirou
Pelo alívio que sentiu:
Salvara o filho da morte.
No entanto, garantiu
O selo do Profecia
Que a mãe Gaia proferiu.
Pois esta, profetizando,
Dissera que em próximo dia,
O último filho de Cronos
Seu reinado tomaria
E, para sempre, no trono
Do mundo se instalaria.
E a profecia cumpriu-se:
Zeus, ao crescer, se aliou
Aos seus irmãos e aos monstros
Que dos Infernos tirou,
E, na partilha do Mundo,
Dono de um saber profundo,
O Céu e a Terra herdou.
O homem tem que ser justo e racional
É Zeus quem ensina aos homens
O caminho da razão
E que é só através da dor
Que estes conseguirão
Chegar ao conhecimento
Verdadeiro. Mas, terão
Que fazê-lo pessoalmente!
Pois Ele a tudo consente,
Sem tomar-se de emoção
-
Não que Ele fique impassível.
Mas que, para ser possível
Ao homem uma ascensão,
Este terá que seguir
Seu caminho sem ferir
A Justiça e a Razão.
- o –
J U N O / H E R A
(Personificação do elemento fundamental da família)
JUNO ESPOSA JÚPITER (ZEUS)
E REINA NO OLIMPO
Muito criança ainda era
Quando a mãe, Réia, a deixou
Aos cuidados de Tétis
E das Horas, por amor,
Pois, de Saturno comê-la,
Tinha verdadeiro pavor!
Já que a todos, menos Zeus,
Seu marido devorou.
E distante do perigo,
Como seu irmão, cresceu.
Um dia, no esconderijo,
A visita recebeu
Dele, do seu irmão Júpiter
Que, em si, é o mesmo Zeus:
Senhor do Olimpo e da Terra
Que ao pai, em luta, venceu.
E, juntos, confabularam
Durante horas e horas,
Lembrando o triste passado
E prevendo coisas vindouras
Que lhes trariam alegrias
E espantariam o que ora
Nublavam os belos olhos
De Hera(Juno), que chora.
Júpiter está apaixonado
Juno está se sentindo
Feliz junto ao seu irmão!
Porém este, apaixonado,
Faz-lhe uma declaração
(...)
Por Rosa R. Regis
NATAL/RN – 2004
(... e não pára por aqui! Alguém quer pagar p'ra ver? Aceito propostas para edição. rrrrs.)