Sem noção de amor fraterno// O homem agride o irmão,// Num ato que mostra o inferno// Que traz no seu coração.
Rosa Regis Brincando com os Versos
Pensares que se transformam //espalhando poesia, //pegam carona no vento// enchem meu ser de alegria
Textos
FALANDO EM POLITICAGEM
COM O CORAÇÃO MAGOADO
 
Eu andei por todo o Agreste
E também pelo Sertão
Do meu querido Nordeste
Pra ver a situação
Da nossa gente esquecida
Do meu amado torrão.
 
Com o que eu vi meu coração
Ficou triste, amargurado,
Pois o nosso povo humilde
Que viveu do seu roçado
Sobrevive, hoje, de esmolas,
Sentindo-se desonrado.
 
É que um consolo é criado,
Em forma de bolsa-escola
Ou de outra qualquer coisa,
Só para servir de mola
Que impulsiona o político.
E aí, ele deita e rola.
 
Pois o pobre sem escola
De qualidade que faça
Que o mesmo aprenda a votar,
Vende seu voto, “de graça”,
A um cafajeste qualquer
Que se apresente na praça.
 
Promessas, que só fumaça
Parecem ser, ele lança
Para cima do eleitor,
E seu  vil intento alcança.
Pois o incauto o elege
Ao mesmo tempo em que “dança”.
 
Nisto, eu vejo que a esperança
Da nossa gente se fina.
Pois cada vez mais ladrões
Aparecem, qual má sina,
Para roubar do meu povo
O que deu-lhe a Lei Divina.
 
Como aves de rapina
Surgem de todos os cantos,
Com verbos enganadores
Que iludem como encantos
Cobrem-lhe as falsidades
Palavras que formam mantos.
 
Mostrando-se como santos
Ao povão vão iludindo
E, de quatro em quatro anos,
Cada vez mais vão surgindo
Apertando a mão do povo,
Descaradamente rindo.
 
O descaso é mesmo infindo.
Sem vergonha e sem pudor
Age o político safado
Que por ninguém tem amor,
Usando a necessidade
Dos pobres ao seu favor.
 
E este ano, Seu Doutor,
Eu quase não acredito,
Mais oito vereadores
Terá o nosso distrito.
Não vos parece mentira?
Mas não é! Já está escrito.
 
E “Isso é muito bonito!”
Me diria meu irmão.
Aumentando a quantidade,
Aumenta a corrupção.
É mais gente pra gastar
O dinheiro da Nação.
 
Enquanto isso o Sertão
E o Agreste Potiguar
Sofrem com a seca e o descaso
Sem terra pra trabalhar.
E na capital, o pobre
Só tem lixo pra catar.
 
Mas na hora de votar
O político, sorridente,
Em visita interesseira
Ao nosso povo carente,
Abraça, apertando a mão,
E promete, cinicamente:
 
- Eu prometo minha gente
Que, quando eu eleito for,
Vou trabalhar em defesa
Do pobre trabalhador
Dando-lhe emprego, saúde.
Segurança e muito amor.
 
Em qualquer lugar que for
Que nossa gente estiver,
Seja inculto, doutor,
Menino, homem, mulher,
Prometo: vou ajudar
A todos, dê o que der.
 
Se você não estiver
Preparado para ouvir
As mentiras de um político,
Prepare-se para rir
Ou pra chorar de desgosto
Quando eleito, ele, em seu posto,
Nosso Estado denegrir.
 
 
 
Rosa Regis
 
Natal/RN – agosto de 2012.
 
Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 08/09/2012
Alterado em 13/03/2014
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