A ANDORINHA LEAL
Há muitas histórias tristes
Neste mundo de meu Deus
Muitos momentos de dor
Aqui não falo dos meus
Mas de uma bela andorinha
E um dos momentos seus.
Certo dia uma andorinha,
Uma só não, um casal,
Voava feliz da vida,
Sem pensar nada de mal
E, descuidada, uma delas,
Sofre um acidente fatal.
Chocou-se a pobre andorinha,
Por muito baixo voar
Contra um carro que passava
Cujo dono sem pensar
Na dor que estava causando
Sequer parou para olhar.
Sua leal companheira
Vendo-a sem se mover
Cuida dela como pode,
Alimenta-a, sem saber,
Que ela não resistiria,
E logo iria morrer.
Sai pra buscar mais comida
Para a amiga alimentar.
Retornando, ela está morta.
Para, como se a pensar:
A sua amiga se fora!
Não pode se conformar!!
Tenta tirá-la dali,
Com toda força que tem
Nas garras, mas não consegue.
Não aparece ninguém
Que lhe ofereça uma ajuda.
E o desespero lhe vem.
Finalmente ao entender
Que a amiga havia partido,
Sua tristeza transborda!
E grita em grande alarido
A perda da companheira
E da vida o seu sentido.
Ao lado da companheira
Por muito tempo ficou
Sabendo ser impossível
A sua volta e chorou
Ao seu modo lamentando
Tudo que ali se passou.
Quem pensa que os animais
São seres sem sentimentos
Necessita observá-los
Nos seus diversos momentos!
Nossos irmãos não-humanos
Às vezes são mais humanos
Que alguns humanos nojentos.
Rosa Regis
Natal/RN – 27/11/2016 – 00h:07min