A CINDERELA SONHADORA
E O PRÍNCIPE QUE VIROU SAPO
Era uma cama de vara
e um candeeiro a gás feito de lata de óleo,
que fumaçava as narinas e avermelhava os olhos.
Ela lia a noite inteira, ou quase!
Às vezes, até de manhã!
Lia estórias em quadrinho, romances, Nosso Amiguinho...
num desejo..., num afã...
Ficava... assim... abismada...
Como se anestesiada com a beleza do galã.
Apaixonava-se, loucamente, pelo galã da estorinha!
Sempre sonhando acordada,
via-se então transformada numa bela princesinha
que pelo príncipe é levada no seu cavalo montada,
e transformada em rainha.
Assim...
Sonhando acordada...
cochila...
cai do cavalo onde se achava montada.
E o príncipe...
Agora um sapo...
vai-se, passando por cima da sonhadora menina,
deixando-a pisoteada.
As marcas...
Para sempre ficam!...
Marcas que refletem dor como marcas a ferro feitas!
As marcas do desamor.
A chama do candeeiro...
Apaga!
Sinal que o gás acabou.
A princesa não mais espera!
A esperança no amor... no príncipe...
já não existe.
Consigo, ele a levou.
Mas...
Um novo dia surge!...
E consigo traz, novamente, um raio de esperança
com a força do nascente que surge lá... no horizonte...
E uma nova semente
vai surgindo... vai surgindo...
naquele peito doente.
É a semente do AMOR...
Um amor bem diferente daquele do príncipe-sapo.
Pois, agora, é consciente!
Tem bases estruturadas, muito bem alicerçadas!
É o amor à Poesia
que a sua mente cria e enche-lhe o ser de alegria
E o príncipe, que virou sapo,
Ficou...
Perdeu-se na estrada.
Rosa Regis
Natal/RN – Brasil
07.07.2006 – 10:40
Refeita em 02.08.2015