XEXÉU
(JOÃO GOMES SOBRINHO
TEM NOME DE PASSARINHO)
Com nome de passarinho,
Usando sempre um chapéu!
Nos recebe com carinho
Nosso querido Xexéu
Oferecendo de graça
Versos com as cores do Céu.
Na sua terra natal,
Isto ninguém vai negar,
Do maior ao pequenino
Não deixa de admirar
O poeta especial
Que está sempre a versejar.
Nascido a 13 de maio
Do ano de Trinta e Oito,
Desde a sua tenra infância
Foi sempre menino afoito!
Amante da Natureza
Sem carecer de açoito.
Elizeu e Jenuína
Um presente especial
Tiveram da Mão Divina:
Um poeta divinal
Que faz do espinho bonina
E em bem transforma o mal.
Já começou fazer versos
Sem nem sequer saber ler,
Somente na adolescência
Ele passou a escrever.
A poesia cantada
O incentivou a valer.
De início, autodidata,
Sem frequentar a escola,
Pedia a um e a outro
Uma ajuda. Onde a mola
Era o anseio de aprender.
Ele aprende. E a coisa rola.
Aos nove anos de idade
Ele já improvisava.
Os clássicos da poesia
Ele lia e se inspirava.
Porém era a Natureza
Quem mais inspiração dava.
Com a Carta de ABC
Debaixo do seu chapéu
Ele andava. Vez em quando
Pedindo ajuda do Céu,
De alguém que soubesse ler...
Aprendeu a ler cordel.
Sendo pai de vinte filhos,
Além de grande escritor
Trabalha ainda na roça.
Xexéu é agricultor!
Um homem que ama a terra
E dela faz seu labor.
Mas faz apresentações!
Foi premiado em Natal
No Festival de Cinema
Em um Curta. Isso é legal!
Mostra que nosso poeta
É pra lá de especial.
Tem trabalhos importantes
De grande repercussão:
O “Retirante da Seca”
Que chamou muita atenção;
O “Caboclo Sonhador”...
Outros que por aí vão.
O “Flor da Mangueira Rosa”,
O “Voz da Tamarineira”
O “Beija-flor mensageiro”.
É uma bela carreira
A do querido Xexéu...
Poeta da vida inteira.
Os problemas sociais,
Cuidado com a Natureza,
O amor de modo geral
Com toda sua beleza,
São temas utilizados
Nos seus cordéis, com certeza.
Aquela mangueira rosa
Do sítio em que ele viveu;
Aquela tamarineira
Que alguém cortou e doeu
No seu peito de poeta
Sensível que Deus lhe deu...
A vida de um passarinho
Engradado na gaiola
Comparando-se à do pássaro
Livre, pra ele é a mola
De inspiração dos seus versos.
Está na sua cachola.
Pra Xexéu a Natureza
É a sua inspiração,
Sua musa, sua deusa,
A que lhe causa emoção.
É ela quem faz que bata
Mais forte o seu coração.
O sofrimento do povo
Sertanejo nordestino
Também inspira seus versos
Desde o tempo de menino.
Xexéu já nasceu poeta!
Isso é coisa do destino.
E com respeito ao amor,
Ele afirma sem temer:
‘’Quem disse que o amor morre,
Nunca amou. Pois, ao meu ver,
O amor é inspiração
Na alegria e no sofrer’’.
Diz ele que a sua esposa
Primeira nunca deixou
De inspirar-lhe os poemas.
“Seu cheiro nunca acabou.
Meu nariz ainda sente
o perfume que ela usou.”
Acadêmico do Cordel,
Da ANLiC[i] ele faz parte!
Onde mostra seu trabalho,
Sem quebra, corte ou aparte,
Com rima e métrica perfeita.
Uma verdadeira arte!
É Bem Imaterial
Da Cultura Brasileira;
Da Cultura Nordestina
Como também da Estrangeira!
Pois se assim não for será,
Para os de lá, grande asneira.
Além de grande Poeta,
Filosofa! É Pensador.
Dizendo o que pensa em versos
Onde deposita amor
Em cada verso criado
Com um verdadeiro ardor.
“Quem planta em terra boa
tem é que fazer nascer!”
E esse seu pensamento
Faz que se busque entender
Que ‘se a terra se oferece
Pronta a gerar, só carece
Que eu saiba qual meu dever.
Rosa Regis
Natal/RN
14.03.2019 – 01h:09min.
CORDEL-HOMENAGEM
quando do lançamento do Livro CANTOS DA MANHÃ, em 14 de março de 2019, na Cidade de Santo Antônio (do Salto da Onça) - RN
[i] ANLiC – Academia Norte-Rio-grandense de
Literatura de Cordel