BARGANHA DESESPERADA
Meu corpo velho está cedendo à morte!
É sua sorte, como a dos demais.
Eu mostrarei em todos os canais,
Dos mais famosos aos de menos porte.
Em plena pandemia, sem suporte,
Por não ser forte e já não ter meus pais,
Sou como as velas sem seus castiçais!
Sou sais sem água em banho de sorte.
Eu sei, a idade já nos fragiliza!
Dores diversas ao meu corpo avisa
Que este não está pronto pra lutar.
Em sendo humana e temendo morrer,
Só ao Divino eu posso recorrer!
Com mil promessas tento barganhar.
Rosa Regis
Natal/RN, maio de 2020
(Em plena pandemia do Corona Vírus)
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Comentário do meu querido sonetista (O Sonetista Maior)
Fernando Cunha Lima
ARTIMANHA
Dobra-se corpo e alma ante a sanha,
Tentam fugir ligeiro do destino,
O corpo sobre os pés de peregrino,
A alma na corrida que não ganha.
Usam assim de toda artimanha,
Na mais popular, - batida de pino,
Fazendo tudo pelo figurino,
De maneira também assaz estranha.
Usam toda trapaça e toda sorte,
Para tentar assim fugir da morte,
Que apesar de tudo lhes apanha.
Trocam presentes e até posição,
Porém a libitina diz que não,
Afirmando que nunca faz barganha.
Seguindo a trilha da mestra do cordel,
Rosa Regis em seu brilhante soneto.
Fernando cunha lima 14-05-2021.
(Comentando meu soneto BARGANHA DESESPERADA)