Meu Deus de bondade pura Faz que eu fique bem disposta Para falar de um artista Que bem sei, e faço aposta, É querido em todo o mundo, O nosso Tico da Costa.
Natural de Areia Branca No Rio Grande do Norte Tornou-se internacional Numa carreira de porte Quase que inalcançável Por qualquer cantor de sorte.
Levou o Brasil afora Por toda Europa, em tournées, Passou também pela África, Porém tornou-se freguês, Mesmo, da América do Norte. Grande sucesso, ali, fez.
Destacou-se em festivais Do mais alto gabarito, Alguns deles na Argentina. Em Chicago fez bonito! Destacou-se em Nova Yorque. Na música era favorito.
Teve durante a carreira Dezoito discos gravados: Na Itália e no Brasil, No Paraguai, nos Estados Unidos. Muitas canções E instrumentais variados.
Talento, simplicidade, Simpatia e bom humor, Inteligência e esperança, Do mundo possuidor. Sua criatividade Tinha a alegria a prior.
Sendo moldado pra música, Do seu corpo, o violão Já fazia mesmo parte, Não era só a extensão Era como um membro a mais Provido de coração.
Generosidade pura! Uma inata qualidade Que em nosso querido Tico Traduzia-se em bondade Que mostrava ao ser gentil Distribuindo amizade.
Durante a sua carreira Alguns nomes adotou: Titico, Chico da Costa Luís Augusto, e voltou Para Francisco da Costa, Como quando começou.
Finalmente decidiu, Depois de muito pensar, Seria Tico da Costa O nome para ficar, Preservaria “da Costa” Com “Tico” a prenomear.
Porém quem o convenceu Que o nome “Tico” escolhido Era o nome pra ficar Foi um cartão recebido De um norte-americano, Artista e seu conhecido,
Peter Seeger, que falava Da Terra como a “...metade De um tico!” Fazendo dele Um grande artista em verdade. E ele, ao grande elogio Recebeu sem vaidade.
Teve influências diversas[i] Foi grande admirador Do músico Mirabô Dantas Que era um grande defensor, Da música potiguar, À qual tinha grande amor.
Foi aluno da ETFRN. Nesta escola conheceu Uma amiga professora[ii] Que àquele menino deu A grande oportunidade Que o mesmo bem mereceu.
Além da prática da vida Dominava a teoria; Era ovelha da Igreja Católica, a quem pertencia, Sendo membro do Gen Cântico Novo[iii],ao qual com amor servia
Aos 21 anos de idade, Qual um César equatorial, Em Roma, ao participar, Em nível internacional, De um Congresso, o nosso Tico Trouxe a glória pra Natal.
Seu violão, sua voz E seu “eu”, no mundo inteiro, Conquistaram muitos fãs. No Brasil e no estrangeiro, Lutou e foi vencedor Sendo da música um guerreiro.
Tendo a Itália como base, Teve a Europa conquistada. Depois a América do Norte Foi sua meta alcançada, Passou pelo Paraguai E voltou à terra amada.
O “The New York Times” Bem como outros jornais Europeus, teciam críticas Que dava a Tico, ademais, O valor bem merecido Do imortal entre mortais.
Pete Seeger e Philip Glass De palco foram parceiros De Tico que merecia Estar entre os estrangeiros Mostrando o belo trabalho De um talento brasileiro.
Em Nova Iorque, no Town Hall e no Sinfony Space; Knitting Factory; Blue Note; Ai de mim, se o esquecesse, Fez concertos que encantavam Quem quer que comparecesse.
Fez shows pelo mundo afora Sendo sempre comentado Da melhor forma possível Por jornais conceituados. O The New York Times É o principal dentre os dados.
O tal jornal destacou-o Como um soberbo artesão, Um violonista afável... De Tico, qualquer canção Tem poesia, tem técnica E tem sofisticação.
No ano 2003 Natal recebeu seu filho Que, agora, independente, Mostra o fulgor do seu brilho Com canções de amor e fé Mostrando que anda no trilho.
Um misto de exuberância, Graça e originalidade, Na condução dos concertos Onde a plateia à vontade Ficava ao participar Dos shows dele, na verdade.
“MAR”foi seu último trabalho O qual na Itália gravou, Na Europa e nos Estados Unidos já não lançou, Pois a doença malvada Que o atingiu, não deixou.
Um legado cultural Sem tamanho nos deixou Com milhares de canções E músicas que ele gravou Com instrumentos variados. O nosso Tico era show!
Com gêneros tipicamente Brasileiros qual: xaxado, A bossa nova, o chorinho, Samba e baião, lado a lado Com o xote, a ciranda, o frevo E o coco mui bem cocado.
Também trabalhou maxixe, O bolero e a marchinha E outros gêneros a mais Pois para tal, jeito tinha. É este o Tico da Costa Filho da nossa terrinha.
Encantou-se em 29 De agosto, em 2009 Em Natal, que ainda chora Essa perda que comove A todos que o conheciam E a quem a música move.
Aos 57 anos, Em meia-idade, partiu! O nosso Tico da Costa Para o infinito subiu E Deus, ao vê-lo chegar, O abraçou e sorriu.
Sorriu por saber que o Céu, A partir daquele dia, Não seria mais o mesmo Pois nosso Tico trazia Consigo a porção de amor De que era possuidor, Para a completa harmonia.
Rosa Regis Natal/RN Novembro de 2011 Reeditado em outubro de 2020
[i]Influências declaradas pelo próprio Tico: Irio de Paula, Luiz Gonzaga,
Gilberto. Gil, Chico Buarque, Beatles, Roberto Lima de Souza, Dijesu Carteiro
(o pai do Tico), Véi Amaro e Ontonhe Carpina, Dedé Amorim,
Jackson do Pandeiro, os caranguejos da Barra e os de Areia Branca;) [ii]Professora Lourdes Guilherme [iii]Gen Cântico Novo, grupo que pertencia ao Movimento dos Focolares