NO OUTONAL DA VIDA
(Homenagem ao Rio Jerimum)
O Rio Jerimum, onde eu tomava banho
Enquanto minha mãe nossa roupa lavava,
E meu irmão mais velho peixinhos pescava,
Jamais ficou mais largo ou mudou de tamanho.
Às vezes, de saudades, a chorar me apanho,
Lembrando uma das formas que eu sempre brincava,
Transpondo o leito estreito enquanto mãe guardava
A nossa roupa limpa. Choro. E não me acanho.
Oh, Rio Jerimum, tiraram-te de mim!
No outonal da vida saudades sem fim
Preenchem meus dias fazendo-me sonhar
Com tuas vertentes que sempre irão jorrar
Em meus sonhos lembranças que hão de ficar
Nos meus versos com tinta de sangue nanquim.
Natal/RN