Sem noção de amor fraterno// O homem agride o irmão,// Num ato que mostra o inferno// Que traz no seu coração.
Rosa Regis Brincando com os Versos
Pensares que se transformam //espalhando poesia, //pegam carona no vento// enchem meu ser de alegria
Textos

A Lenda de Macunaíma

Agora escrita em cordel

 

 

Solicito aos encantados

Das florestas do Brasil

Que me ajudem recriar,

Em um cordel juvenil

A lenda Macunaíma

De forma bela e sutil.

 

Diz a lenda que em Roraima

Grande montanha existia.

E que ela era testemunha

De um grande amor! Que seria

O amor do sol com a lua.

Mas isto não poderia.

 

Pois quando a Lua se ia

O Sol estava chegando

E o inverso acontecia

No final da tarde: quando

O Sol desaparecia

A lua vinha apontando.

 

Vendo tanto sofrimento

A grande Mãe Natureza

Preparou um grande encontro

Com carinho e com destreza

Para os dois apaixonados,

Onde sobrava beleza.

 

Foi na forma de um eclipse

Que o tal encontro se deu.

E o Sol jogou sua luz

Num lago, que a recebeu

Reenviando à Lua

Que, assim sendo, concebeu.

 

Nascendo Macunaíma,

Que das águas foi gerado

Ali no Monte Roraima,

Do Sol com a Lua engendrado.

Índio nascido das águas!

Dali por diante chamado.

 

E a história continua...

Naquelas terras havia

Uma grande árvore que

Vários frutos produzia

De uma só vez. E a todos

Causava grande alegria.

 

“Árvore de todos os frutos”

Era assim que era chamada.

Sendo, por Macunaíma,

Seu guardião, muito amada!

Mas os índios, sem noção,

Deixaram-na depredada.

 

Subiram na bela árvore,

Em atos pra lá de falhos

Tiraram frutos e cascas

E arrancaram seus galhos

De forma desrespeitosa

Fazendo um grande escangalho.

 

Assim, sendo escangalhada,

A árvore não resistiu.

Por ter sido maltratada,

Da vida ela desistiu:

Secando folhas e galhos,

Com pouco tempo caiu.

 

O fato é que ela morreu!

Macunaíma, raivoso,

Amaldiçoou a todos

Com um sentimento trevoso,

Lançou fogo em todo o resto

Queimou tudo, desgostoso.

 

As árvores que restaram

Em pedra ele transformou.

Os mais antigos dali

Juram que o mesmo ficou

Por ali pra todo o sempre!

A terra jamais deixou.

 

Eles juram de pés juntos

Que seu espírito, chorando

A morte da sua árvore,

Continuará rondando

A floresta sem parar!

Só meu Deus sabe até quando.

 

 

(cordel que compõe a TRILOGIA A.I.A.P. – Livro II)

 

 

Rosa Regis

Natal/ RN – 24.09.2023

Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 31/08/2024
Comentários